Foi em dezembro 2004, que um pequeno grupo de usuários, familiares e profissionais da rede pública de saúde mental do Rio de Janeiro, além de moradores do entorno da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Botafogo, e simpatizantes da Reforma Psiquiátrica, fez da universidade o palco para um carnaval fora de época. A cada passo dado no campus – que ainda abriga os prédios onde, no passado, funcionou o primeiro hospício da América Latina –; o Tá Pirando, Pirado, Pirou! ia abrindo espaço para a folia, mas, igualmente, marcando o espírito de resistência presente na cultura popular e as bandeiras da Luta Antimanicomial e da Reforma Psiquiátrica.
A alegria desse momento junto com a revitalização do carnaval de rua, que já dominava a cidade, foram a união perfeita que fortaleceu a ideia de formar um bloco de carnaval que integrasse o calendário da festa na cidade. E não demorou! O carnaval de 2005, marcou o primeiro desfile do Tá Pirando, Pirado, Pirou!, que já nasceu como um coletivo carnavalesco formado por usuários e profissionais dos serviços públicos de saúde mental do Estado do Rio de Janeiro, familiares, comunidade do entorno, simpatizantes da Luta Antimanicomial e todos aqueles que curtem os festejos de Momo.
Um nome que do início ao fim emana o espírito de coletividade do bloco. Foi ainda em 2004, logo após o cortejo inaugural, que pessoas vindas do Instituto Municipal Philippe Pinel, Instituto de Psiquiatria da UFRJ, Instituto Franco Basaglia e da Associação de Moradores da Rua Lauro Muller se juntaram para conversar sobre a ideia de criar um bloco da saúde mental. E, depois de algumas reuniões e votação, o dia 16 de dezembro de 2004 marca o batizado do nosso querido Coletivo Carnavalesco Tá Pirando, Pirado, Pirou!.
E, sem dúvida, a melhor explicação sobre o significado é a de Gilson Secundino, folião inquieto do Instituto Municipal Philippe Pinel e responsável pela ideia do nome de batismo: “Se é pra fazer carnaval, sejamos ousados! Não vamos fazer carnaval só pra quem já pirou e tá aqui no Pinel. Vamos pra rua brincar com quem ainda tá pirando. É todo mundo junto: tá pirando, pirado, pirou!”.
Quem é carioca ou conhece um carioca sabe que um hábito frequente que a galera tem é pôr apelidos. Não foi diferente com o bloco que, logo, passou a ser chamado carinhosamente de Tá Pirando!
O carnaval fora de época que invadiu o campus da UFRJ na Praia Vermelha, em 2004, foi somente uma prévia. O que viria acontecer nos anos seguintes, era a transformação da Avenida Pasteur na passarela oficial do Coletivo Carnavalesco Tá Pirando, Pirado, Pirou!
Não é para menos! Desfilar nessa Avenida tem dimensão política e simbólica, afinal foi endereço do primeiro hospício da América Latina, fundado pelo imperador D. Pedro II em 1852. Se no passado era o endereço onde os loucos eram confinados, hoje é invadida no carnaval por uma louca alegria. A cada desfile nesta Avenida, o Tá Pirando vai dando novas escritas à percepção da loucura, antes tratada como sinônimo de periculosidade, improdutividade e incapacidade de convívio social. O bloco vai preenchendo o trajeto com ritmos, adereços e a potência artística dos usuários. Derrubando a cada batuque os muros da exclusão que ainda persistem e possibilitando construir um espaço de encontro festivo e plural, onde não importa o diagnóstico, mas sim a disposição para a folia.
A apoteose acontece em frente ao Pão de Açúcar, onde Samy Chagas, ilustrador oficial do bloco e que frequenta o Centro de Atenção Psicossocial Franco Basaglia, enxergou as ancas de uma gigantesca passista. No desenho que estampa as camisas do bloco, o bondinho é um detalhe do biquíni da passista
Batizado com o nome de um dos pioneiros da psiquiatria moderna, o Instituto Municipal Philippe Pinel (IMPP) é uma unidade pública especializada em saúde mental, ligada à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Localizado no bairro de Botafogo, ocupa o mesmo terreno onde, no passado, funcionou o Instituto de Neurossífilis (fundado em 1937), instituição integrante do Hospício de Pedro II, o primeiro hospital psiquiátrico do Brasil, e onde hoje é o Campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A história do IMPP está alinhada à da Reforma Psiquiátrica com promoção de espaços coletivos de aprendizado e socialização e iniciativas de trabalho e geração de renda, como a TV Pinel, primeira TV comunitária da saúde mental; o Papel Pinel, uma fábrica terapêutica que produz papel artesanal que viram cadernos, blocos e cartões personalizados com ilustrações ou colagens dos artistas do próprio projeto; e a Cooperativa da Praia Vermelha que produz e distribui bolos e biscoitos de castanha do Pará entre outros quitutes.
O Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB-UFRJ) funciona no Campus da UFRJ, em Botafogo, mesmo terreno onde funcionou o primeiro hospital psiquiátrico brasileiro, o Hospício de Pedro II. A instituição tem como marca atuar como uma unidade de referência em assistência, pesquisa, ensino de pós-graduação e especialização, e como centro gerador de estudos multidisciplinares. O IPUB destaca como sua missão: “Desenvolver ações de ensino e pesquisa, em consonância com a função social da Universidade, articuladas à assistência à saúde mental integradas ao Sistema Único de Saúde, provendo ao seu público atendimento de qualidade de acordo com os princípios éticos e humanísticos.” A instituição também é, historicamente, implicada com a Reforma Psiquiátrica e a intervenção cultural. Entre as ações nestes campos, destaca-se o nascimento, em 1996, do grupo musical Cancioneiros do IPUB, que reúne composições produzidas nos atendimentos de Musicoterapia do IPUB e busca com seu trabalho a transformação da concepção da loucura no espaço social.
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O Instituto Franco Basaglia (IFB) é uma entidade civil sem fins lucrativos com atuação na área da saúde mental e da reforma psiquiátrica no Brasil. Fundado em 1989, mas atualmente com suas atividades encerradas, o IFB tinha, entre seus objetivos, realizar ações de promoção de cultura, informação e pesquisa para uma sociedade sem manicômios, estimulando a experiências de ajuda mútua e cuidados alternativos em saúde mental. O Instituto teve em sua presidência, por mais de 10 anos, Domingos Sávio do Nascimento Alves (1951-2023), médico neurologista e sanitarista, e um expoente quando se fala em Reforma Psiquiátrica. O IFB contribuiu para a implantação e consolidação de serviços territoriais, os chamados Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), nos municípios do Rio de Janeiro e Niterói.
ALMA é a sigla da Associação de Moradores da Rua Lauro Muller, Ramon Castilla, Xavier Sigaud e Adjacências, na região dos bairros de Botafogo e Urca. Fundada em 1976, ela tem por finalidade reunir os moradores da sua área de abrangência, com o objetivo de defender seus interesses, atuando como representante dos moradores perante os órgãos públicos e privados, nas questões relacionadas, por exemplo, com os problemas comunitários e direitos da cidadania, no sentido de proporcionar um convívio mais feliz e mais seguro entre todos os moradores da região.
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